Foram nas farinhadas, com os bisavós, que o pequeno Adiel Luna se encantou com o mundo das cantorias e da poesia. Despertada a vocação, seu destino já estava traçado: ser poeta e cantador. Hoje, é um reconhecido artista da cultura popular, que, partindo da poesia tradicional e do trabalho dos cantadores, faz incursões pelo vasto mundo da literatura e da realidade regionais, assimilando, aperfeiçoando e aprendendo novas modalidades. "E assim foi se ampliando o universo".
Também repentista, mestre de baque solto e coquista de roda, participou das principais sambadas de Pernambuco e é considerado hoje um dos principais representantes da renovação do coco de São João. Seu repertório autoral inclui contextos nordestinos e elementos singulares de sua identidade – como paisagens, religiosidade, cotidiano, histórias, sonoridades.
Tem dois CDs, "Camará" e "Baionada". Segundo o crítico musical José Teles, "fez um dos mais bem resolvidos álbuns deste gênero híbrido do popular, com influências urbanas e do litoral. E canta com uma banda que o ajudou a fazer um dos grandes discos da música pernambucana até o momento”.
Mantém uma relação íntima com os terreiros das tradições populares de Pernambuco e com mestres como Zé de Teté, Galo Preto, Bio Caboclo e Ciço Gomes. Em 2016, comandou o projeto A Pisada e ganhou o Prêmio Internacional de Composição Popular, representando o Brasil no Ibermúsicas. Para o maestro Benjamim Taubkin, “Adiel se destaca por diferentes aspectos: sua voz, única; o fato de parecer habitar duas épocas ao mesmo tempo: o passado e presente; e sua ligação com a tradição mais profunda, mas ao mesmo tempo em diálogo constante com o mundo hoje".
Com mais de 70 cordéis publicados e participações em várias coletâneas, vai lançar neste ano o seu primeiro livro, "O Lunário Encourado". No Encontro Literário, propõe vivenciar a poética popular oral como ferramenta de escrita e composição.